domingo, 12 de janeiro de 2014

Testemunho

Hoje, gostaria de dividir com vocês o testemunho de uma de nossas leitoras, a Eliane Carneiro de Ponta Grossa – Paraná (3ª da esquerda para a direita, com seus alunos da classe dos adolescentes). Que esse testemunho possa de alguma forma fortalecer sua esperança e fé em Cristo Jesus!
O ano de 2005 foi muito difícil para minha família. Começou com várias notícias tristes e entre elas o falecimento de uma querida tia, irmã de mihha mãe. Mas também com uma ótima notícia, pois descobri que fiquei grávida.
Era minha segunda gravidez. Minha filha mais velha estava com 8 anos no início de 2005 e ficou muito feliz, pois aguardava um irmãozinho desde muito pequena. Foi uma gravidez planejada, pois antes não tínhamos condições de cuidar de mais um filho por diversos fatores. Esta notícia nos trouxe muita alegria.
A seguir, minha filha mais velha ficou quinze dias com febre e dores na juntas dos braços, pernas e mãos. Foi muito difícil para mim, pois meu marido viajava constantemente pelo trabalho, e eu tinha que cuidar dela sozinha. Passava dias e noites com febre. Durante o dia minha família tomava conta dela e eu ia para o meu trabalho, numa cidade vizinha de onde eu morava. Então, viajava de manhã, preocupada com a filha e passava a noite toda cuidando dela. A pediatra fez tudo o que podia, mas não conseguiu identificar o problema. Até mandou que ela ficasse hospitalizada para agilizar os exames, que na época fizemos pelo SUS. A cada resultado, não aparecia nenhum problema, mas a febre e as dores continuavam, e a minha angústia aumentava.
Após quinze dias os sintomas desapareceram, mas minha filha foi encaminhada para um especialista. Fomos então consultar um reumatologista e ele solicitou outros exames diversos. Minha filha já não suportava a idéia de tirar sangue. Precisava fazer exames a cada semana. E os resultados demoravam para sair, cerca de quinze a vinte dias.
Neste meio tempo meu sogro ficou muito doente. Todos ficaram preocupados com ele. Era mais um assunto delicado a tratar. Minha gravidez estava indo muito bem. Fiz o pré-natal e todos os exames necessários. Quando eu já estava de cinco meses a secretária do médico de minha filha ligou dizendo que ela estava com lúpus. Eu não sabia ao certo como esta doença agia nas pessoas, mas pesquisei e as notícias não eram nada agradáveis. Foi quando me lembrei de uma música que diz “Aqueles que confiam no Senhor renovam suas forças”. Eu confiei no Senhor. O médico então pediu mais alguns exames complementares. Mais quinze dias e os resultados saíram. O médico analisou e chegou a conclusão de que minha filha é “falso positivo”. Segundo ele, existem
pessoas que são positivo em um exame, mas não apresentam a doença. Minha filha é uma delas. Confio que o Senhor a livrou desta doença. Louvei e ainda louvo a Deus por isso.
O meu sogro piorou e foi hospitalizado. Ficou 21 dias no hospital. Foram dias muito cansativos para nós. Ele acabou falecendo dia 1? de julho de 2005. Minha sogra iria ficar sozinha, então decidimos ir morar com ela, já que estava tudo acertado para mudarmos para a cidade onde trabalho, por conta do bebê que estava chegando e também para eu poder ficar mais tempo com minha filha.
Eu já estava com sete meses de gravidez. Alguns dias depois de nos mudarmos comecei com alguns sintomas um tanto estranhos. Tinha muita coceira no corpo todo. Não conseguia dormir por isso. Fiquei muito cansada. Mas minha médica me tranqüilizou, dizendo que estava tudo bem. Mesmo assim eu sofria demais com aquela situação.
Estava com o enxoval prontinho. Já havia comprado o berço e um guarda-roupa. Lavei as roupinhas que havia ganhado, pendurei tudo nos cabidinhos e coloquei no guarda-roupa. Agora era só esperar chegar a hora do bebê nascer. Era uma menina. Minha filha ficou muito feliz, pois sempre desejou uma irmãzinha, segundo ela, para pentear o cabelinho. Ela estava com nove anos. Não cabia em si mesma de tanta felicidade.
Uma noite muito chuvosa eu comecei contrações. Já havia ido ao hospital algumas vezes com contrações e eles me mandaram de volta para casa porque não tinha dilatação. Fiquei uma noite hospitalizada para fazer exames. Mas os exames estavam todos normais. A única coisa estranha além da coceira no corpo, eu vi minha urina muito escura. Bem amarela mesmo. Mas as médicas disseram que estava tudo bem.
Passei aquela madrugada, razoalvelmente bem, conversando com meu bebê. A Nicole dormiu era umas 6:00h da manhã. Eu também descansei um pouco. No outro dia pela manhã fomos ao hospital porque eu senti uma dor muito grande, minha barriga ficou extremamente dura. Achei que tinha chegado a hora. Então pegamos todos os apetrechos e roupinhas e fomos. Eu, meu esposo e minha filha.
Ao chegarmos lá no dia 14/09/2005, a médica que me atendeu não conseguiu ouvir o batimento cardíaco da Nicole. Pediu um ultrassom. E veio a triste notícia. A Nicole estava morta. A médica chorou abraçada comigo. E eu tentei confortá-la. Disse que nós confiamos em Deus, que Ele está no comando. Quando ela saiu da sala, eu ouvi claramente uma voz no meu ouvido “Você precisa ter um piazinho”. Confesso que não dei muita importância para isto na
hora porque a dor era muito grande. E ainda os médicos decidiram induzir o parto. Pois é, eu tive que fazer força sozinha, já que ela já estava morta. O meu bebê tão esperado.
Milha filha ficou muito nervosa. Queria que o médico desse um jeito na mãe dela que estava com muita dor. Mas minha dor maior foi de perder a minha pequenina tão esperada. Nenhum pai ou mãe deveria ter que perder seus filhos. Nem tem como medir o quão triste é. Precisei fazer tratamento porque fiquei com anemia profunda, mas depois de alguns meses fiquei grávida novamente. E foi cuidado mais de perto por outro médico, porque o meu patrão começou a pagar um plano de saúde para mim. Ele nasceu com um mês de antecedência.
Nasceu o meu piazinho, o Benjamin. Foi então que me lembrei da voz que me avisou “Você precisa ter um piazinho”.
Hoje eu entendo a dor que muitos pais têm por perder filhos. Depois do Benjamim perdi mais um bebê, quando estava com um mês e meio de gravidez. Tinha engravidado sem planejar, mas queria muito este bebê também. Minha dor é grande. Conversei com minha médica e ela sugeriu que fizesse análise com alguma psicóloga. Mas na minha cidade não conheço nenhuma psicóloga adventista. Eu ainda choro pelos cantos. Às vezes sinto a necessidade. Mulher é feita de algo muito mole mesmo. Vontade de Deus. Mas foi pela vontade dEle que tudo aconteceu.
Continuo confiando e entregando minha vida nas mãos de Deus. Sei que ele está no comando. O Benjamin é muito querido. Está hoje com 4 anos e está na Escola Adventista de Ponta Grossa-Pr, onde moramos. Até já canta na igreja. Ama freqüentar a igreja. E a minha filha mais velha, a Mayara, já está com 15 anos, linda, enorme, curada, pela graça de Deus. Somos uma família de cantores, a Mayara também canta na igreja desde os 4 aninhos.
Depois disto tudo ainda tive alguns problemas de saúde, e só não morri, porque Deus foi misericordioso com meus filhos, que sei que precisam de mim. Mas continuo confiando nEle!

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