domingo, 12 de janeiro de 2014

Orações para pessoas doentes









Foi-me mostrado que em situações de enfermidade, em que não houver impedimento algum para que sejam feitas orações em favor do doente, o caso deveria ser confiado ao Senhor com calma e fé, e não com agitação. Só Ele é quem conhece a vida passada do indivíduo, e sabe também o que será o seu futuro. Conhece o coração de todos os homens, sabe se o doente, depois de restabelecido, glorificará Seu nome ou se, pelo seu desvio e apostasia, virá a desonrar a Deus. Tudo o que nos compete fazer é pedir-Lhe que restabeleça o doente de conformidade com Sua vontade, e crer que Ele tomará em consideração as razões apresentadas e as orações que a favor do enfermo forem feitas. Se o Senhor vir que o restabelecimento do doente é para Sua glória, atenderá às nossas orações. Insistir, porém, na cura sem conformar-se com Sua vontade, é um erro. 

O que Deus prometeu, a todo tempo é capaz de cumprir, e a obra que confiou a Seu povo a pode perfeitamente realizar por seu intermédio. Se este estiver disposto a andar em conformidade com toda a palavra que Deus falou, toda boa palavra e promessa serão cumpridas. Mas se faltar à perfeita obediência, as grandes e preciosas promessas não serão obtidas e não se cumprirão. 

Tudo o que podemos fazer, ao orar por um doente, é suplicar a Deus com insistência a favor dele e com confiança plena depositar seu caso em Suas mãos. Se atentarmos para alguma iniqüidade em nosso coração, Deus não nos ouvirá. Tem o direito de fazer o que Lhe apraz com o que Lhe pertence. Glorificará Seu nome operando nos que O seguem de coração, e por meio deles, de maneira a ficar patente que é o Senhor que tudo neles opera, e que suas obras se cumprem em Deus. Disse Cristo: "Se alguém Me servir, Meu Pai o honrará." João 12:26. Quando, pois, nos chegamos a Deus, devemos orar para que nos seja dado compreender e realizar Seu propósito, e nossos desejos e interesses se identifiquem com os dele. Devemos protestar-Lhe nossa conformidade com Sua vontade e não pedir que condescenda com a nossa. É bom para nós que o Senhor não defira sempre as nossas súplicas ao tempo e do modo que o desejamos. Assim procedendo, far-nos-á maior bem do que cumprindo nossa vontade, porque nossa sabedoria é loucura diante de Deus. 

Temo-nos reunido em fervorosa prece ao redor do leito de dor de homens, mulheres e crianças, e vimos que foram restituídos à vida em resposta às nossas ardentes súplicas. Nessas orações pensamos que devíamos ser positivos e, se tínhamos fé, devíamos pedir nada menos que a vida. Não ousamos juntar à nossa súplica esta restrição: "se for para glória de Deus", temendo que isso fosse aparentar certa dúvida. Observamos atentamente os que assim nos foram restituídos, e notamos que alguns deles, particularmente jovens, depois de recebida a saúde, se esqueceram de Deus, abandonando-se a uma vida dissoluta, causando aflição e tristeza aos pais e amigos e cumulando de vergonha até os que receavam orar por eles. Não honraram nem glorificaram a Deus com sua vida, mas grandemente O desonraram com seus vícios. 

Desistimos, pois, de impor a Deus a norma de proceder nesses casos e não procuramos mais incliná-Lo à condescendência com nossos desejos. Se a vida do doente pode glorificá-Lo, suplicamos-Lhe que conceda viver, porém não como nós queremos e sim como Ele quiser. Nossa fé pode ter a mesma firmeza e até provar-se mais confiante ainda, subordinando o desejo pessoal à onisciente vontade de Deus, e depositando tudo com confiança em Suas mãos, sem inútil ansiedade. Temos a promessa. Sabemos que Ele nos ouve, se pedirmos de acordo com Sua vontade. Nossas petições não devem tomar a forma de uma ordem e sim de uma intercessão para que se cumpra o que dEle suplicamos. 

Quando a igreja é unida, terá virtude e poder; porém, se parte dela se inclina para o mundo e muitos são dados à concupiscência, que Deus aborrece, pouco Lhe será possível fazer por eles. A incredulidade e o pecado separam a muitos de Deus. Somos tão fracos que não podemos suportar grande prosperidade espiritual sem nos atribuir a sua glória e arrogar bondade e justiça como motivo das bênçãos recebidas, quando tudo tem sua razão de ser na grande misericórdia e bondade do compassivo Pai celestial e não nalgum bem que porventura em nós houvesse. 

Vi que o motivo por que Deus não ouvia mais plenamente as orações de Seus servos pelos doentes entre nós, era que Ele não podia ser glorificado nisto enquanto eles estivessem violando as leis da saúde. E vi também ser Seu desígnio que a reforma pró-saúde e o Instituto de Saúde preparem o caminho para que a oração da fé possa ser plenamente atendida. A fé e as boas obras devem andar de mãos dadas no aliviar os aflitos que há entre nós, e em prepará-los para glorificar a Deus aqui e serem salvos na vinda de Cristo. Deus não permita que esses sofredores fiquem decepcionados e ofendidos por verificarem que os dirigentes do Instituto trabalham apenas segundo o ponto de vista mundano, em vez de aliarem à prática da reforma de saúde, ao tratá-los, as virtudes e bênçãos de pais e mães em Israel. 

Ninguém tenha a idéia de que o Instituto é um lugar a que se deva ir para ser restabelecido pela oração da fé. Ali é um lugar em que se deve ser aliviado das doenças mediante tratamento e corretos hábitos de vida, e aprender a evitar as enfermidades. Mas se há debaixo do céu um lugar em que, mais que em outros, sejam feitas por homens e mulheres devotos e de fé, orações de molde a acalmar, orações cheias de espírito compassivo, esse lugar deve ser um instituto dessa natureza. Os que tratam os doentes devem agir em sua importante obra, com forte confiança em Deus de que Suas bênçãos acompanhem os meios por Ele graciosamente providos, e para os quais em misericórdia nos chamou a atenção como um povo, isto é, o ar puro, o asseio, o saudável regime alimentar, os devidos períodos de trabalho e de repouso, e o emprego da água.

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